Segundo período de Arquitetura e Urbanismo - Unileste 2011

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Ragner

Isa Silva

No interior de Minas Gerais a ótica do Sr. Jose era uma novidade para sua cidade e fez grande diferença na vida das pessoas que antes compravam seus óculos na cidade vizinha,
Mesmo com o nome bem estranho, ‘’TAVACEGO’’ ela conseguiu crescer e ser bem sucedida. O Sr. Jose era casado com a D. Flora uma ótima esposa e tiveram somente um filho o Paulo, que como não gostava muito de estudar, ficava muito com seu pai na ótica, assim quando mais velho e com a falência de seus pais, assumiu os negócios da família.

Paulo casou-se com 27 anos com Milla de 25, passando dois anos do casamento tiveram sua primeira filha, batizada de Isa Silva. Branquinha, com os olhos cinzas, quando nasceu foi um espanto para seus pais. Quando mais velha com uns 8oito anos passou a freqüentar a ótica de seu pai, começou a criar uma serie de questões e duvidas na sua cabeça, como por exemplo, porque aquelas pessoas sempre chegavam e pediam um óculos para perto ou para longe, porque elas não olhavam além ou pediam algo diferente. Como uma serie de de coisas na cabeça.

Isa passou a andar pelas ruas e procurando ver além e sem que percebesse sua visão foi subindo e sempre ficava observando o que estava acima. Aos poucos seus olhos cinzas foram dando sensação diferente ao seu corpo e ela não entendia muito bem o que estava acontecendo, foi percebendo que não conseguia mais ver o que estava a sua frente somente enxergava o céu, suas sensações do corpo não correspondiam com o que olhava...



Isa Silva e seu casamento estrelar

Isa silva era uma garota de pele branquinha, cabelos castanhos dourados e olhos profundamente cinzas. Aos oito anos de idade começou a questionar o porquê das pessoas sempre se preocuparem em ver o que estava à frente. Começou a andar por ai explorando sua visão, sempre buscando entender até onde poderiam seus olhos te levar. Com isso Isa começou a perder a percepção do horizonte, sua cabeça começara a inclinar e logo ela só podia ver o que estava acima. Fato estranho que ninguém entendia, alguns arriscavam a dizer que ela recebera os olhos dos anjos, pois seu avô fora um bom samaritano na cidade com sua ótica ‘’TAVACEGO’’ ajudando pessoas a enxergarem melhor. Aos dez anos Isa era a garota mais sozinha da sua cidade, as pessoas não se aproximavam dela por preconceito. Com isso ela se tornou uma garota inteligente e sonhadora em virtude dos livros que eram seus únicos amigos. Também vivia em um mundo quase paralelo, sempre em contato visual com o céu ou com o que estava acima, seu corpo simulava sensações que se associava ao que ela estava vendo.

Isa completou quinze anos e apesar de estar acostumada com uma vida paralela e a do mundo em que todos viviam, ela se sentia muito sozinha, um pouco infeliz. Tinha apenas a companhia do céu e no que nele habitava. Logo eram grandes amigos, desses inseparáveis. Em uma tarde de novembro, quando o anoitecer chegava rosado, Isa entendeu que aquela era uma amizade colorida, logo pediu o céu em namoro. Ele respondeu enviando lhe uma linda ave branca que pousou bem de leve nos ombros da garota. Foram longos dias felizes que ambos passaram juntos, sempre sós, iluminando o mundo com as cores de seus humores.

Numa noite quente de primavera Isa se encontrava em um namoro celestial no alto da mais alta torre que se erguia em sua cidade. O céu a pediu em casamento enviando-lhe uma fina brisa fresca como beijo molhado. Naquele instante a pequena garota aceitou e se lançou da torre no infinito estrelado de seu amado, se fundindo com a noite em um casamento salpicado de pequenos cristais. Ninguém é capaz de dizer onde foram morar os dois solitários


Um sonho atemporal

No mundo de Isa o tempo não é bem vindo, tudo acontece ao mesmo tempo e mesmo momento. Apesar dos limites que dividem o mundo de Isa em cinco ambientes diferentes, esse é infinito e se desdobra pentagonal em si próprio. Ela vive no céu, em seu amor eterno, deixa se levar no fluir de nuvens e no manto negro da noite, é como se estivesse submersa na água, porem de forma macia e leve, como uma piscina de algodão.
No momento que aceitou o pedido de casamento, Isa foi morar em seu marido, foi morar no céu e a partir de então nunca mais viveu a contemplar com os mesmo olhos, para ela não existia mais o horizonte, tudo que está em cima é como está em baixo, atrás é como a frente, direita como esquerda e assim em diante. Todo seu mundo a envolve, o céu seu marido, que também é um ser vivo mudando seu humor e suas cores em instantes. Para o céu Isa é seu coração e para ela ele é onde banha-se em dias chuvosos em tons azul-escuros salpicados de cristais de água, alimenta-se das nuvens rosadas de algodão doce do entardecer, diverte-se ao vagar por lindas manhãs de nuvens brancas, trabalha pintando de profundo azul as tardes ensolaradas e quando tudo é coberto pelo aveludado manto negro da noite Isa descansa entre os pequenos pontos coloridos que brilham na imensidão dos sonhos. Assim ela vive, uma rotina distinta a cada expressão do céu como um sonho eterno e feliz.



Maquete do mundo de Isa









Plantas do Mundo de Isa





Elevações externa





Elevações Internas





Cortes




Perpectivas





Ações em seu mundo



Onde Isa dorme, a câmara da meia-noite é feita de tecidos de longas noites estreladas, que aquece e aconchega embalando isa em seu interior, a câmara é infinita e profunda, cheia de vaga-lumes de estrelas que são responsáveis por trazer os bons sonhos. Os mantos de crepúsculo protegem Isa do frio do eterno céu.




Isa se banha no céu dos dias chuvosos em fontes de chuvas. Refresca seu corpo sem toca-la. A água é composta de vapores e cristais sólidos.



Isa trabalha fazendo as tardes acontecerem. Ela pinta as nuvens brancas de azul claro deixando os dias mais claros e leves.




Isa gosta de passar o tempo observando as manhãs brancas.



Isa alimenta-se das nuvens de algodão doce da arvore do entardecer rosado. Ela assume o sabor que quem se alimenta deseja.

Storyboard

Nenhum comentário:

Postar um comentário