Segundo período de Arquitetura e Urbanismo - Unileste 2011

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Daphne Gomes



Diário de Alfredo







Primeiro dia ( sexta-feira )

As pessoas me achavam incrível, achavam que pelo fato de eu olhar para as telas e enxergar 3D sem qualquer artifício era a coisa mais incrível do mundo. Hoje novamente eu tinha mais uma série de exames para fazer, médicos do mundo todo queriam me examinar..isso é tão chato, cansativo, mas ao mesmo tempo é legal ser reconhecido.Depois que perdi minha audição e deixei o meu melhor amigo, voluti , um instrumento musical, sofri tanto e até hoje dói essa perda..é como se eu tivesse perdido um membro do corpo, meu refúgio de paz! Por agora é isso...
Depois deste dia tão cansativo, a única coisa que mais queria era poder relaxar ouvindo ou tocando algo, as vezes a vida é tão dura com a gente, só que reclamar agora não vai melhorar em nada..então bola pra frente! Acho que vou pedir um lanche, já que minha mãe viajou, tenso isso de ficar sem a mãe, como elas fazem falta viu...vou da um jeito de ir descansar, amanhã é dia de ver a Renata e tenho que está da melhor forma!

segundo dia ( sábado )

é hoje não teve jeito de escrever mais cedo, como sempre acordei atrasado, o dia foi tão bom que nem acredito que ele foi real, fui ver a Renata, nossa ela é a melhor coisa que me aconteceu, tão doce a amável, tão paciente, porque pra alguém ter que falar sempre devagar para eu acompanhar seus lábios e entender o que ela fala é quase que impossível, por isso amo aquela garota.
eu estava vendo uma reportagem sobre mim, cada dia que passa, mas essa história se espalha, to ficando incomodado já..deito na minha cama e só penso aonde isso vai chegar, as vezes dá até vontade de sumir daqui, mas não vou deixar isso me colocar em uma zona de depressão não, eu nasci aqui e não vou sair por causa das pressões que há. E o que mais me chateia é que ao mesmo tempo que algo se destaca em mim, algo falta, vou parar de escrever sobre isso, se não meu dia termina ruim.
Já anoiteceu, tomei um banho e o calor não passa, vou ir tomar um sorvete gostoso que minha mãe deixou na geladeira antes de ir viajar. Cara, melhor sorvete do mundo, indescritível! Vou ir tomar mais um banho e depois sair.

terceiro dia ( domingo )

Ah ,como a rotina me prende tanto? Minha mãe tá fora, se ela chegar e ver essa bagunça toda vai falar durante décadas! Pelo menos está ventilando, mas precisa de uma arrumaçãozinha. Até que enfim, quarto organizado, minha mãe precisa chegar logo, isso dela ficar longe é ruim demais. O fato de que eu enxergo de forma diferente, as vezes me faz ter uma noção péssima de profundidade, o som me faz tanta falta, fora que hoje fiquei prejudicado, porque não consegui acompanhar nada na igreja, mesmo usando das vibrações para sentir o som, ainda não é a mesma coisa. Tirando todos contratempos, o dia foi muito bom, na parte da tarde eu fiquei de boa na rua conversando com os amigos e depois fiz uns exercícios para manter a forma.

Quarto dia ( segunda-feira )

Já são três horas e meu ainda não chegou para me ajudar resolver uns problemas no banco. Como ainda não me sinto bem para resolver tudo sozinho, ele me ajuda. Hoje estávamos decidindo em qual auto escola eu vou estudar, porque temos que ver qual vai dar uma maior atenção para meu aprendizado, porque explicar para um ouvinte é uma coisa, explicar para um surdo é completamente diferente, só que como não ouvimos nós desenvolvemos melhor a visão, então a atenção é tão boa quanto. Não vejo a hora de tirar carteira, vai ser tudo de bom, vou ficar com o carrinho velho da minha mãe, mas já será bem melhor do que andar a pé. Queria muito que fosse meu pai olhando essas coisas comigo, mas eu nem sei por onde ele anda e muito menos quem é. Quem sabe eu convença minha mãe de falar dele, mesmo não o conhecendo eu sinto falta! Cheguei da rua e dormir muito mesmo, tirei o dia para dormir, a tarde parece que o ar tem pó do sono, porque durmo e nem vejo.
Acabei de acordar, são exactamente 18:00 horas e ainda tá claro, esse horário de verão arrebenta, vou da um jeito de cortar o cabelo, vou na casa da pra ela cortar e depois vou assistir uma série.


Quinto dia ( terça-feira )
hoje como todas as manhãs eu levantei e fui escovar meu dentes, logo após tomei meu café de rotina: pão e leite com achocolatado. Hoje teve aula de Tecnologia e Estúdio vertical I, foi até que de boa, só aconteceu algo ruim, porque eu queria muito ouvir a voz dos professores e não podia, já se passaram dez anos desde que minha audição se foi, mas ainda assim não consigo me acostumar de tudo e aceitar. É como se tivesse entrado muito água nos meus ouvidos e eu estivesse só por um tempo assim, mas nunca melhorou e nem tratamento existe. Os slides tinham vida na aula de Tecnologia, pareciam estar em cima de mim e o pior só eu os via assim, ser diferente nem sempre é bacana como todos pensam! Cheguei em casa e comi muito, poxa, tava com fome demais, deitei um pouco pra relaxar e depois fui fazer o trabalho de Estúdio II, fiz parte dele e fui a casa de um amigo jogar conversa fora.

Sexto dia ( quarta-feira )

Nunca quis a cama como eu queria ela hoje na parte da manhã, tudo que eu mais queria era dormir, mas o dever me chamava e fui a faculdade, teve aula de Comunicação III, foi tão gostoso fazer aqueles desenhos, só que o sono ainda estava sobre mim e eu pensava muito na minha cama até o professor desenhar um quarto com uma cama (risos), meu sono aumentou. Sai de la querendo tanto chegar em casa e dormir, mas tinha um trabalho muito legalzinho para fazer, cheguei em casa e mal mal comi para terminá-lo. Chegando agora a noite nem acredito que terminei, graças a Deus, me deu um desespero de não conseguir fazer tudo, mas consegui e agora me desejo uma BOA NOITE.




Colagem – Psicológico


Alfredo é um personagem com deficiência auditiva, ver em 3D e não convive com o pai. Ele perdeu a audição quando ainda criança e seguido disse desenvolveu melhor a visão.
Estudando o psicológico de Alfredo eu percebi várias coisas, transmitir na colagem de muitas maneiras, usei da porta para representação da entrada ao cérebro dele. As cores para sentimentos e estado emocional, o branco porque ele é uma pessoa calma, serena, sem problemas de vivência, o cinza porque ele sofre com a ausência do pai, com a falta de audição com a super visão, pois tais coisas fazem dele diferente e isso as vezes incomoda, o verde pela esperança de uma vida normal, de não desistir pelas limitações que ele tem, o amarelo por ser jovem e estar sempre na “ativa” e o vermelho por ser alguém que luta para conquistar os objetivos.
Usei também umas notas musicais que lembram muito movimento, vibrações e é assim o cérebro de um jovem, está enérgico e não para. O símbolo do SBT, que é uma rede de televisão, foi colocado pelo estilo de vida que o Alfredo tem, sempre dando explicações, sempre na mídia, a foto do Michael Jackson para representar esse lado também só que com um foco maior, tanto quando Michael, Alfredo é reconhecido pelo “bom” e pelo “ruim”, pelo o que tem a “mais”e pelo o que “falta”.
O coração foi usado para representar o sentimento que Alfredo tem pela mãe, pelos avós, pela namorada, algo que o motiva a continuar lutando.
Os cozinheiros e a modelo representa a diferença a qual ele sempre questiona, no meio de tantos que parecem iguais existe ele com algo inédito, ele se ver como alguém fora dos padrões.
A estátua de Jesus com os braços erguidos eu usei por causa do questionamento que ele tinha por ser diferente .
Concluindo, Alfredo é nada mais que um jovem buscando da vida o que ela tem de melhor, porém com diferenças que se destacam a mais e que o torna único.





- Daphne sendo Alfredo


Ser alguém que tem limitações tão grande é algo muito complicado. Meu personagem é surdo e vê tudo em 3D, eu também, mas ele vê até televisão e computador assim e sem o uso de nenhum artifício . Quanto ao 3D eu só pude imaginar, a altura dele que difere 15 cm da minha, só foi possível graças a um salto, o que já estou acostumada e que para mim não fez muita diferença. O que afetou mesmo foi o fato dele não escutar, tentar sentir tudo por vibração e prestar atenção mais no que eu via foi super difícil. Ainda mais para quem já escutou um dia, ficar sem a audição é pior do que nascer sem. Eu adaptei o meu dia as necessidades dele e fiz o máximo para entender como ele vive. A pessoa se sente desfavorecida, porque nela falta algo e tentar se adaptar a pessoas “normais” sendo deficiente requer muito esforço e ajuda dos outros.



O mundo


Um mundo, um espaço, uma membrana, um local onde é possível se sentir bem. Um retângulo e uma área verde compõe o espaço onde há uma árvore de tamanho considerável, um suporte para exercícios a qual se encaixa a mão e fica suspenso, seguindo de frente a esses, há uma abertura transparente nas paredes e um portal que leva para dentro do retângulo. Entrando pelo portal vemos um aparelho eletrônico transmissor de imagens e um suporte macio e resistente feito para sentar. Virando a esquerda do ambiente de distração existe uma bicicleta ligada a uma placa de metal com caixas de som por cima, que ao ligar vibra, a condução de energia para ativar essas caixas é feita pelo movimento de pedalas da bicicleta, sendo assim, enquanto se exercita o movimento é transformado em energia. No mesmo ambiente há uma grande mola proporcional a um corpo humano que dá acesso a área superior, de frente a mola tem uma parede feita só para rapel, ela é verde e os encaixes para mãos e pés é marrom. Onde todos estes itens se encontram vemos na lateral uma grande membrana transparente, do outro lado da membrana tem uma piscina a qual se toma banho e ao mesmo tempo pratica o exercício de nadar. De um lado da piscina há um reserva tório para excreções do corpo e uma base para lavar as mãos. Subindo para o andar superior, por meio da mola, vimos um grande recipiente em formato de garrafa, para entrar no mesmo deve subir uma rede, após subi-la a vista é de um portal circular, para passar por esse portal tem que entrar escorregando. Depois que entra pelo portal encontra duas base de madeira, uma menos e a outra maior, uma mais alta e a outra mais baixa, feita para trabalhar, estudar ou comer. Atrás dessas bases existe várias bolas que contornam o formato interior da garrafa, estas bolas constroem um espaço para o descanso. A garrafa é revestida com uma película para que haja uma mudança de vista entre o dia e a noite, sendo que a função principal seja não ver o que está fora durante a noite, para que assim possa descansar em paz.






















Story Board







Maquete - Mundo























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